A sessão de dia 15/4/2011 foi integralmente preenchida com os depoimentos das testemunhas indicadas pelo Grupo de Lisboa. Durante quase seis horas, foram descritas minuciosamente as condições em que se encontram os gatos e cães detidos no canil de Lisboa. Contendo, por vezes a custo, a emoção, os voluntários que corajosamente vão ao canil de Lisboa com o objectivo de daí retirar o maior número possível de animais falaram dos cães, grandes e pequenos, da ala 1, acorrentados pelo pescoço, em espaços que não têm sequer 1 m2, molhados em pleno inverno, uns enroscados, quase sem sinais de vida, outros ganindo desesperadamente para que os salvem. Aí podem ficar um tempo indeterminado, como os cães trazidos pelas autoridades, se a resistência natural lhes permitir vencer as doenças que grassam no canil, como a esgana, a tosse do canil, as diarreias e doenças de pele.
Nas exíguas gaiolas dos gatos, de chão em malha de arame, amontoam-se numa gaiola todos os animais capturados nesse dia, podendo estar assim 10 gatos, como só 1, misturados gatos silvestres com mansos, fêmeas grávidas e parturientes com as crias no meio dos outros gatos, sem água nem comida nem areia, completamente aterrorizados.Vários testemunhos indicaram ter visto, recorrentemente, gatos mortos ou moribundos no meio dos outros. A maior parte dos gatos retirados pelas voluntárias vêm posteriormente a morrer, sobretudo vitimas de panleucopénia.
Foram testemunhos que nunca mais sairão da memória de quem os ouviu e que, se preciso fosse, vieram confirmar que esta providência cautelar interposta pelo Grupo de Lisboa, e tudo o mais que este venha a fazer para pôr fim ao horrivel sofrimento infligido aos animais no canil de Monsanto, é justificado e tem o mais alto valor moral.
As audiências prosseguem dia 2 de Maio às 14h e dia 11 de Maio às 10h (todo o dia) para audição das testemunhas do canil (a responsável pelo canil, Drª Luísa Costa Gomes, o director do departamento de HURS e duas veterinárias. A presidente da LPDA ,Maria do Céu Sampaio, inicialmente indicada como testemunha pela CML, foi prescindida por esta na primeira audiência).
De notar que o tribunal ordenou a comparência, para audição, de outros funcionários do canil não indicados como testemunhas pela CML. A Drª Juiza disse, ainda, que o tribunal irá deslocar-se ao canil/gatil de Lisboa.
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