terça-feira, 25 de maio de 2010

Programa CER - Câmara Municipal de Lisboa



Programa CER - Captura, Esterilização e Recolocação
http://lisboalimpa.cm-lisboa.pt/

Nos termos da legislação em vigor, cabe às Câmaras Municipais proceder ao controle das populações de animais errantes, de modo a salvaguardar a saúde pública e o meio ambiente, bem como promover a correcção das situações que possibilitam a subsistência de animais na via ou quaisquer outros lugares públicos, bem como o cumprimento da Lei em vigor que determina que em cada fogo não podem ser acolhidos mais do que 4 gatos.
Os gatos são animais que gostam e precisam de deambular ao ar livre. É do nosso conhecimento a existência de numerosos gatos errantes que invadem algumas zonas da Cidade, provocando incómodos e insalubridade. Temos procedido, sempre que solicitado, à sua captura.
No entanto, a captura de animais e a sua occisão não são a maneira mais eficaz de lidar com o excesso de gatos vadios, pois não tem qualquer efeito na origem do problema: o excesso de animais. Torna-se então necessário a tomada de outras medidas, das quais se destaca o controlo da reprodução através da esterilização – Programas CER (Captura, Esterilização e Recolocação).
Se tivermos em conta que um casal de gatos pode ter duas ou mais ninhadas por ano, podendo vir a gerar exponencialmente 420.000 animais ao fim de um período de sete anos, é fácil tomar consciência de como é importante tomar medidas eficazes de controle desta situação.
Essas medidas passam por:
Captura dos animais
Despiste das principais doenças e, no caso dos gatos saudáveis, a esterilização e libertação de novo no local, em número adequado aos espaços e características do local.
Está provado que este método apresenta as seguintes vantagens:
Estabiliza o número de animais nas colónias;
Elimina os comportamentos associados ao acasalamento;
É mais eficaz, dado que os animais não são retirados do local, não existindo a possibilidade de migrações e de futura procriação;
Ajudam a combater os roedores.
Para além disso, o custo é menor e pode-se proporcionar uma vida melhor a esses animais.
Estas colónias deverão depois ser supervisionadas, sendo-lhes proporcionada uma correcta alimentação, desparasitações externas e internas periódicas, vigilância sobre o seu estado de saúde e mudanças frequentes das caixas de dejecções (caso existam). A CML, através da DHCS, está disponível para participar na vigilância da saúde dos animais, através dos médicos veterinários municipais.
Para além destes aspectos, aconselha-se ainda que sejam tomadas as seguintes medidas:
Não fornecer restos de comida aos animais, provenientes de refeições, os quais não constituem uma alimentação completa nem equilibrada, para além dos motivos higiénicos. Recomenda-se a utilização de comida seca, nas doses indicadas pela marca fornecedora e colocada em recipientes facilmente laváveis. Os recipientes de alimentação deverão ser em número proporcional aos animais e colocados na área mencionada no ponto anterior.
Fornecer água em abundância e renovada com frequência, especialmente se for utilizada ração seca. Os recipientes da água deverão ser igualmente colocados no interior do recinto referido.
Desparasitação interna dos animais, com o uso de desparasitantes de largo espectro (activos contra nemátodos e cestodos), utilizados a intervalos de 3-4 meses. Deverão ser desparasitados todos os animais em simultâneo.
Colocação de caixas para dejecções, em número proporcional ao número de gatos, nas quais pode ser colocada preferencialmente areia própria para esse fim, ou mesmo serradura ou areia vulgar, sendo estas últimas pouco absorventes. Os animais adaptam-se facilmente a defecar e urinar no local, devendo proceder-se à limpeza diária das referidas caixas. Este método facilita a higiene do local, bem como a prevenção da transmissão de doenças cujos agentes são veiculados pelas fezes dos gatos, destacando-se a prevenção da toxoplasmose.
Construção de um abrigo , com cobertura total ou parcial, com uma superfície mínima de 0.6 m2 por animal adulto, o qual funcionaria como área de repouso, de alimentação e dejecções.
Com a aplicação das medidas propostas, pensamos desta forma contribuir para o bem-estar dos animais e dos utilizadores do espaço e para um ambiente mais saudável.

5 comentários:

  1. Puxa, tomara que seja posta em prática mesmo, e trabalhem a favor deste projeto.

    ResponderEliminar
  2. Até que enfim! Isto vem mesmo confirmar um comentário que eu aqui fiz há uns dias sobre o papel que deveriam ter as Câmaras Municipais na esterilização e recolocação de gatos em colónias errantes. É preciso é que sejam todas as Câmaras deste país para que os bichanos que não têm a sorte de ser adoptados tenham a vida digna que merecem!

    ResponderEliminar
  3. A "legislação em vigor" tornou-se uma expressão sem significado no caso dos animais abandonados. O problema, de raízes profundas, assenta no perfil cívico dos cidadãos, a quem compete cuidar e proteger os animais, desenvolver acções que previnam os maus tratos e o abandono, que eduquem as crianças desde os primeiros bancos da escola a saber dos direitos que lhes estão atribuídos pela Declaração que, em si, é ou deveria ser uma extensão da Carta dos Direitos do Homem. Sobretudo nestes tempos de penúria, as autarquias não estão, na maior parte dos casos, disponíveis para gastar dinheiros no tratamento de cuidados devidos aos animais abandonados ou em estado semi-selvagem que deambulam pelas nossas urbes em busca de alimento e, alguns, de uma carícia humana.
    É necessário criar a consciência de que os animais não são objectos, que são sensíveis à dor e aos maus tratos, que têm necessidade de protecção e alimentos, de cuidados e direitos. Enquanto essa consciência não ganhar peso, estamos condenados a ver, impunes, toda a espécie de patifarias por parte dos ignorantes e mal formados.

    ResponderEliminar
  4. Sabe, Guilherme. Pode ser uma gota no oceano mas acontece que escrevi há dias a uma Câmara Municipal de Portugal falando no problema dos animais acorrentados e, para grande surpresa minha, mandaram-me perguntar o local exacto onde se encontrava o animal para fazerem uma campanha de sensibilização na zona.

    ResponderEliminar