domingo, 28 de fevereiro de 2010

Gatinha sem dono
























Hoje chove torrencialmente e ao passar numa rua do Porto ví esta jovem gatinha no muro dum palacete degradado, com aspecto de abandonado. A chuva parecia não a incomodar.
Parei e dei-lhe de comer. Até engoliu em seco, tal a fome.
Vim embora triste por não a poder trazer comigo. Lotação felina esgotada ...
Mas uma grande amiga deu-me uma boa notícia. Vai buscá-la. Tem 2 filhos que gostam imenso de animais.
Chama-se agora Fifi.
E o Henrique está feliz com a gatinha, que veio fazer companhia ao Tucas, o gatarrão amarelo da família, um enorme e manso gato amarelo esterilizado.

Crónica - "Adeus, Princesa"



Alfredo Barroso – Semanário Expresso – 21 Março 1998


Aprecio os políticos felinos como gatos, detesto os políticos que ladram como cães. É uma singela homenagem que assim presto a uma gata que se chamava Twiggy, por ser tão bonita e fininha como a modelo a quem roubámos o nome. Morreu na terça-feira passada, vitima de doença incurável, praticamente nos braços da sua dona, a minha filha mais nova. Durante quase 16 anos, viveu feliz no meio das suas amigas, as minhas duas filhas e a mãe delas, que sempre a trataram como Benjamim Spock gostava que tratassem as crianças – como uma princesa. Na casa em que morava, a Twiggy era uma princesa.
Convivi com ela poucos anos, mas ela nunca mais se esqueceu de mim. Visitava-me uma vez por outra. No tempo em que ainda havia máquinas de escrever, saltava para cima da mesa em que eu trabalhava e ali ficava, em silêncio, no meio da papelada e dos dicionários, enquanto eu martelava os textos furiosos que costumo redigir desde que me conheço. Nesses momentos, ela era o meu pequeno tigre de estimação. Quando lhe passava distraidamente a mão pelo pêlo, numa festa, a Twiggy ronronava e era fonte de inspiração.
Tal como no poema de Baudelaire – “les chats puissants et doux, orgueil de la maison” – a Twiggy era o orgulho da casa, que à servidão nunca se dobrou. Era bem um exemplo daqueles versos em que o poeta evoca os gatos como “amigos da volúpia e também da ciência”, que “adoptam ao sonhar as nobres atitudes das esfinges deitadas nos confins do mundo, parecendo adormecer no seu sonho sem fim”. Mas a Twiggy também correspondia à visão mais doméstica que Mallarmé tinha dos felinos. “O gato é necessário a um interior. Completa-o. É ele que faz brilhar os móveis e lhes arredonda os ângulos (…). É bem o derradeiro “bibelot”, a coroação suprema. A Twiggy era, em suma, o “genius loci” de que falava Théophile Gautier ao descrever os gatos que “erram pela casa em patas de veludo, como se fossem o génio do lugar”.
Provavelmente não tem fim a lista de poetas, romancistas, filósofos e ensaistas que sempre manifestaram a sua preferência pelos gatos. Dante, Petrarca, Montaigne, Chateaubriand (que tinha um gato, Micetto, oferecido pelo Papa Leão XII), Barbey d’Aurevilly, Gérard de Nerval, Émile Zola, Ernest Renan, André Malraux fazem parte dessa lista interminável. Mas talvez ninguém tenha explicado melhor as razões dessa preferência do que T.S. Elliot, um dos maiores poetas do Séc. XX, no seu livro dos gatos, o “Old Possum’s Book of Practical Cats”, no qual, aliás, se inspirou Andrew Lloyd Weber para compor a célebre comédia musical “Cats”. Como escreveu T. S. Elliot, “que semelhantes são, gatos e nós , e outras pessoas, afinal dotadas de maneiras diferentes de pensar”! E era peremptório: Deixem-me dizer: GATO NÃO É CÃO”. (assim mesmo, com maiúsculas). E explicava: “Por via de regra, o Cão de bom tom sempre se dispõe a ser um palhaço, não sabe fingir um ar afectado e chega a perder toda a compostura, deixa-se enganar com facilidade, basta que lhe façam festas no pescoço”.
Um gato, “QUALQUER GATO”, nunca. “Que fique bem claro, volto a dizer: Um Cão é um Cão – UM GATO É UM GATO”. Nem mais.
Alimentada pelas bibliotecas e, sobretudo, pelo convívio com a Twiggy, a minha paixão pelos gatos é muito antiga. Um dos meus livros de cabeceira é, aliás, uma pequena obra-prima escrita há 16 anos por um senhor chamado Jean-Louis Hue: Le chat dans tous ses états. Não é um livro de conselhos práticos nem de elucubrações antropomórficas, mas uma história cheia de histórias deliciosas e divertidas, um itinerário físico dos gatos descrito com enorme ternura, inteligência, subtileza e talento literário. É um livro pequenino, com centena e meia de páginas, que até quis traduzir, mas nenhuma editora lhe pegou.
Para além de uma grande tristeza, nem sei bem o que mais se sente quando morre um gato de que tanto se gostava. Socorro-me do ultimo parágrafo que Doris Lessing escreveu no seu livro sobre Gatos e mais Gatos : “Conhecendo gatos, uma vida inteira com gatos, o que resta é um sedimento de mágoa bem diferente do que é devido aos humanos: composto de dor pelo seu desamparo, de culpa em nome de nós todos”.
É ISTO QUE SINTO QUANDO OS VEJO ABANDONADOS NAS RUAS.
Conforta-me saber que, graças às suas três grandes amigas, sobretudo à sua dona, não foi assim com a Twiggy. Nunca esteve desamparada e viveu uma vida feliz.
Adeus, Princesa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Animais acorrentados
















































































Em Portugal, são milhares e milhares os animais mantidos acorrentados uma vida inteira.


Quantas vezes um vizinho, um familiar, um amigo poderia ajudar tentando modificar situações destas mas não o faz.
Ninguém comete maior erro do que aquele que não faz nada só porque pensa que pouco pode fazer.

Coragem

Alguém, uma alma sensivel, ganhou coragem para ir visitar um canil municipal perto de Aveiro e saiu de lá com o coração nas mãos ...

A agilidade de um felino


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Maria



Nomeada Prémio Mulher Activa 2009
Maria Pinto Teixeira
Presidente da Associação Animais de Rua

ACTIVA 17 Fev. 2010


É uma mulher determinada em marcar a diferença no activismo da causa animal. A Associação Animais de Rua, que fundou há cinco anos, está a revolucionar o panorama dos animais abandonados em Portugal, ao conquistar o apoio de particulares e autarquias. O trabalho dos voluntários assenta na captura e esterilização dos animais de rua. "Quando cessa a reprodução, acabam-se as ninhadas sucessivas destinadas a sofrer e as lutas territoriais que lhes causam feridas. A esterilização faz mesmo a diferença entre a vida e a morte."


Antes de criar a associação, Maria passou quase uma década a ajudar organizações que acolhem animais abandonados. Um trabalho meritório, porém infindável e insuficiente: "Estas associações são fundamentais, mas não conseguem dar resposta ao número astronómico de animais que se multiplicam nas ruas. Nós quisemos ajudar, atacando o problema pela raiz."


Uma ideia que até agora já permitiu a esterilização de 3270 animais, evitando a procriação exponencial de mais de 550 mil cães e gatos.

QUEM É: Licenciada em Direito pela Universidade do Porto, tem 29 anos, é divorciada, sem filhos. Activista da causa animal desde os quinze anos, fundou a sua associação em 2005. Há um ano, abdicou da actividade como advogada para se dedicar inteiramente aos Animais de Rua e passou a viver com um terço do rendimento mensal que auferia noutros tempos, mas garante que não podia estar mais feliz.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Esterilização























“Contribua para a diminuição de animais errantes: esterilize o seu ou um animal que precise :)))”

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O valor da persistência

KIKO

Gato - Europeu Comum
Idade - Adulto; Sexo - Macho; Tamanho - Médio; Pêlo - Preto.
Olá. Sou um belo gato rafeiro comum preto. Fui criado com muito amor e carinho. Tenho vacinas em dia, tal como as desparasitações. Tenho cerca de 3 anos e meio. E a minha dona está de coração pequenino a escrever este anuncio... Mas precisava de um dono com espaço, muito amor, carinho e alguma paciencia para mim. Pois eu, não sabemos bem por que motivo, tornei-me algo agressivo para o meu dono e para o filho deles. Pensam que por medo q o bebe me faça mal. Só que o meu dono diz q assim n pode ficar mais comigo e quer me entregar ao canil. A minha dona, q ja tentou tratamento veterinario para a minha agressividade, está a tentar arranjar alguem que me queira, antes de desistir de mim. Mas estou a ficar sem tempo, pois o meu dono quer q eu va ja embora. Entretanto, estou há mais de um mês na marquise fechado, onde a minha dona me vem dar mimos todos os dias e comidinha.
Esterilizado, Vacinas em Dia, Desparasitado.
Disponível desde 2010/1/27.
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Ola boa noite! Não sei se ainda se lembra. Mas eu fiz um apelo de ajuda para o meu gatinho Kiko, devido aos frequentes episodio de agressividade ... Pois é. Ele anda a tomar um medicamente ha cerca de 2 semanas e parece estar melhor (não está mansinho, tipo de andar ao colo, mas tb nunca foi assim), está praticamente normal. Ja anda solto pela casa a maior parte do tempo, sempre sob vigilancia devido ao meu filho, pois nem o gato tem noção que pode magoar o bebe, nem o bebe tem a noção q mandar um brinquedo ao gato pode magoa-lo. Apenas está "preso" na marquise, nas alturas de maior "tensão" do dia, tipo hora de dar a refeição ao bebe, q normalmente ele faz birra, ou qd lhe vou dar banho e deitar, pois o meu fllho adora banho e detesta que o tire da banheira. Tenho dado muito mimo e atenção ao gato (dentro dos limites que o kiko permite, pois ele mais de 3 festas seguidas acha q é brincar e começa logo a morder). Tento aos poucos que o meu filho lhe faça festinhas devagar (tb n podem ser mts q o meu filho entusiasma-se e começa a tentar pegar no gato ao colo) e o gato começa a tentar morder no meu filho a brincar, so q ele n sabe morder devagar. O meu marido tb tem tentado dar mt atenção ao gato, inclusive é o meu marido q tem dado sempre comida e agua ao gato para tentar que este o receba bem e o tome como dono e não como ameaça de outro macho. Espero que resulte e consiga assim que o gato e o meu filho convivam bem sem mais problemas graves.
Queria agradecer do fundo do coração a ajuda, sugerindo medicação veterinária adequada.
Beijinhos.
Ana, Kiko (o gato) e Miguel (o bebe)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Receitas vegetarianas


Lasanha de legumes


Ingredientes:


  • Massa de lasanha, Brócolos, Cenoura, Cogumelos, Tomate, Queijo ralado, Pimento, Cebola, Alho, Salsa.

  • Para o molho béchamel: Leite, Farinha, Manteiga, Vinho branco, Sal.

Modo de preparação:

- Molho Béchamel: Colocar a manteiga a derreter, acrescentar a farinha e mexer. Adicionar o vinho branco e o leite lentamente, mexendo sempre para não formar grumos.

- Recheio: Cozer a cenoura cortada em juliana e os brócolos. Fazer um estufado com azeite, cebola, alho, tomate pelado desfeito e pimento picado. Acrescentar a cenoura e a salsa. Mexer bem e juntar os cogumelos. Num tabuleiro, intercalar as camadas de lasanha, o molho béchamel e os legumes estufados. Cobrir com queijo ralado e levar ao forno a gratinar.

http://cantinhovegetariano.blogspot.com/

Viver a Vida, Jorge Luis Borges




Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Teria menos pressa e menos medo.

Daria valor secundário às coisas secundárias. Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria muito mais alegre do que fui.

Só na alegria existe vida.

Manteria distâncias enormes das pessoas ciumentas e possessivas.

Seria mais espontâneo.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Seria mais ousado: a ousadia move o mundo.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos sopa, teria menos problemas reais e nenhum imaginário.

Eu fui uma dessas pessoas que vivem preocupadamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver, tentaria ter somente bons momentos.

A vida é feita disso: só de momentos. Nunca percas 'O agora'.

Mesmo porque nada nos garante que estaremos vivos amanhã de manhã.

Eu era um desses que não ia a parte alguma sem um termómetro, um saco de água quente, um guarda-chuva ou um paraquedas; se voltasse a viver viajaria mais.

Não levaria comigo nada que fosse apenas um fardo.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no início da Primavera e continuaria assim até o final do Outono.

Jamais experimentaria os sentimentos de culpa e ódio.

Teria amado mais a liberdade e teria mais amores do que eu tive.

Viveria cada dia como se fosse um prémio.

E como se fosse o último.

Daria mais volta na minha rua; contemplaria mais amanheceres e brincaria muito mais do que brinquei.

Teria descoberto mais cedo que só o prazer nos livra da loucura.

Tentaria uma coisa nova todos os dias, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, como sabem, tenho 88 anos e sei que estou morrendo.

A Amizade




Tributo





























Os milhares de animais que morrem todos os anos nos albergues, canis, gatis ou nas ruas do nosso País merecem a nossa sentida e justa homenagem.

Eles, que estão sempre dispostos a dar-nos o seu amor incondicional, merecem certamente melhor sorte do que serem abandonados, entregues a um canil ou gatil, ou nascerem nas ruas.

Os que já morreram não os podemos salvar, mas podemos recordá-los e devemos lutar para que outros animais não tenham de sofrer e morrer em resultado do mesmo problema.

Esterilize os seus animais de estimação !!!
www.esteriliza-me.org

Rosinha A Mal-Amada





A Rosinha não era estimada porque fazia asneiras tanto em casa como no jardim. Foi resolvido esterilizá-la e dá-la para adopção. Agora chama-se Kika e não faz mais asneiras porque passou a ser Kika A Bem-Amada. É uma cadela feliz.